Prostituição

10Construidos
22 de out. de 2019
3 min de leitura

1) Texto Argumentativo

O corpo feminino sempre foi visto como objeto sexual e de prazer masculino. A transição do matriarcado para o patriarcado, a ascensão do capitalismo e o surgimento das sociedades de classe, contribuíram diretamente para o crescimento da prostituição. Sendo assim, levando em consideração esses fatos, afim de sobreviver, mulheres se submetem a comercialização de seu próprio corpo.

Com a transição do sistema matriarcal para o patriarcal, a ascensão do capitalismo, nas sociedades Ocidentais, foi possível observar que os Bordeis e cabarés começavam a aparecer (CORREIO DO SUL, 2018). O novo comércio fomenta os caprichos masculinos, alimenta o capitalismo e abusa da mulher, que via na prostituição uma forma de driblar o desemprego, e a fome.

Nas sociedades primitivas, como não existia monogamia, nem propriedade privada, não se praticava a prostituição, nem outro tipo de serviço pessoal remunerado. Mas em algumas pequenas tribos as mulheres faziam sexo em troca de objetos apreciados por elas. Em outras, a prostituição servia de rito de iniciação à puberdade. (OLIVEIRA, Kelly)

A igreja Cristã, durante a Idade Média europeia, tentou acabar com a prostituição. Mas a cultura em que os casamentos eram arranjados com finalidades políticas ou econômicas, acabou favorecendo à eclosão da atividade. Com isso, a prostituição começou a ser regulamentada e protegida por lei (OLIVEIRA, Kelly).

A indústria do Sexo que alimenta o capitalismo, coloca a mulher em uma posição de mercadoria de desfruto masculino, acarretando no tráfico e exploração sexual. As ideologias patriarcal, neoliberal, étnica e cultural, elevam ainda mais o número de mulheres nesse mercado, uma vez que não há oportunidades iguais, levando em consideração o sexo, a cor da pele e a cultura em que a mulher está inserida. Segundo Rosa Cobo (2017) essa indústria:

“É pilotada pelas lógicas econômicas que governam o capitalismo global. Só isto explica os enormes esforços que estão sendo feitos para que o acesso sexual ao corpo das mulheres seja percebido como um assunto de consumo para os varões e de livre escolha para as mulheres prostituídas. O imaginário coletivo, resultado em muito boa medida das estruturas de poder patriarcais e capitalistas, oferece a imagem da prostituição como um ato livre delas e um ato de consumo deles. Dito de outra forma, as elites dominantes tentam fazer com que a prostituição seja vista como um contrato livre entre duas partes que estão igualmente interessadas em firmá-lo”. (COBO, Rosa. 2017)

Segundo Alexandra Kollontai (1921):

“Um homem que compra os favores sexuais de uma mulher não a vê como uma companheira ou uma pessoa com direitos iguais. Vê a mulher como uma criatura dependente e inferior, que não serve ao Estado dos trabalhadores. O desprezo que tem pela prostituta afeta sua atitude em relação a todas as mulheres. O desenvolvimento da prostituição, longe de permitir o incremento do sentimento de companheirismo e de solidariedade, fortalece a desigualdade das relações entre os sexos.” (KOLLONTAI, Alexandra. 1921)

Em 1970, torna-se prática social das mulheres, e principal atividade de ócio e entretenimento para homens. E até 1980, o impacto econômico era todo do Estado (UNISINOS, Instituto Humanista. 2017). Ou seja, o mercado sexo se edificou em cima do corpo feminino e se tornou muito rentável, devida à grande procura.

Considerando todos os fatos mencionados a cima, é possível afirmar que a prostituição, hoje, é um caminho que mulheres marginalizadas encontraram para sobreviver na sociedade capitalista voraz, em que vivemos. Uma vez que, nem todas as mulheres tem as mesmas oportunidades, a julgar, por classe, cor da pele, etnia e cultura.

2) Uma Linda Mulher (1990)